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Analisando letra: Infinita Highway - Engenheiros do Hawaii


A todos os leitores Rebobinantes, aquele nosso olá já costumeiro. Beleza meu povo?  Bom galera, no nosso analisando letra de hoje trago a canção Infinita Highway do Engenheiros do Hawaii.

Em 1987 os Engenheiros lançavam o disco A Revolta dos Dândis, era época de mudanças e a banda mudava seu direcionamento temático, iniciavam uma trilogia baseada no rock progressivo, trazendo discos com repetições de temas gráficos e musicais e letras em que ocorre a auto-citação. Os arranjos musicais são influenciados pelo rock dos anos 60, as letras são críticas, com ocorrência de várias antíteses e paradoxos e aparecem citações literárias de filósofos, como Albert Camus e Jean-Paul Sartre. E é desse período, que data Infinita Highway.

Em entrevista ao Segundo Caderno, da Revista eletrônica Zero Hora, Humberto Gessinger fala sobre a letra da música Infinita Highway. 

– Apesar de não ser o single do disco, chegamos a fazer alguns (programas) Globos de Ouro com ela. Era a parada de sucessos da época – lembra Gessinger, para quem a mística da canção se deve ao fato de ela ter tocado muito em rádio. – E era uma música longa (mais de 6 minutos), lembro que ela ultrapassava os limites dos cartuchos de fita que tocavam na rádio.
– Me chama atenção por que diabos usei a palavra "highway". Acho que minha highway é mais vinculada à (música) Estrada da Vida, de Milionário e José Rico, e à nossa Freeway de ir à praia, do que à highway mitológica dos americanos – analisa Gessinger.
– Eu tinha esses fragmentos escritos desde o início da adolescência. Falava muito do meu momento, de mudança de vida, aquele questionamento, será que sou um músico profissional, será que sou um estudante de arquitetura? – lembra Gessinger.
Quando Infinita Highway tomou as FMs de assalto, o questionamento de Gessinger já estava solucionado.

Bom galera, antes de mais nada cabe informar que, Highway quer dizer Estrada, rodovia, autoestrada. Infinita highway fala sobre a busca do exercício da liberdade, questionando os estereótipos de vida perfeita. A estrada em Infinita highway pode ser vista não só em seu sentido literal, mas também se referindo às escolhas que se faz, ao modo como se decide viver. Dessa forma, Infinita highway revela-se como a estrada da própria existência.

 En toda a canção, percebe-se a influência da filosofia do existencialismo do filósofo e escritor Jean Paul Sartre e os ideais dos Beatnik, que foi um movimento socio-cultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que subscreveu um estilo de vida anti-materialista. E a partir desse ponto, fica fácil entender toda letra.



Analisando letra: Infinita Highway
Engenheiros do Hawaii


Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Nessa estrofe, o sujeito da canção fala a alguém, cujo a importância dessa pessoa, fica explicita pelo fato da mesma o incentivar a mudar o rumo e o sentido de sua vida. "correr demais os riscos desta highway" e "correr atrás do horizonte desta highway" são momentos emblemáticos. Aqui o sujeito que fala na canção, aceita viver intensamente a vida e se coloca disposto a correr os riscos dessa nova escolha, dessa nova ideologia que esse alguém trouxe a sua vida. Agora ele percorre uma estrada, a Infinita Highway, a estrada da vida, cujo seu fim ainda é incerto.

Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway

Aqui, essa nova ideologia, trazida por esse alguém, fica mais clara e mais forte. Como disse no inicio a canção bebe não só dos ideais existencialistas como também da "Geração Beatnik" ( ou Beat). O principal nome dessa geração era o escritor norte-americano Jack Kerouac.  Jack dizia que, sua maior luta era fazer com que o homem tivesse o direito de ser o que quisesse, ensaiando aqui a sociedade alternativa pregada pelos hippiesAinda em fins da década de 40, partiu nas férias para o que seria a aventura de sua vida: viajar de uma costa à outra da América do Norte apenas utilizando meios de transporte baratos: trens de carga, caminhões e carona.

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo desta estrada
Olhe só! Veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E, à noite, eu acordava banhado em suor

Nesses versos, o sujeito que fala na canção se sente incompleto, mesmo levando uma vida em que, aparentemente ou de acordo com um determinado padrão estabelecido pela sociedade, “tinha de tudo”. Viver e morrer na cidade. Estar ali e morrer por odiar a vida que se leva. Podemos perceber nesse trecho fragmentos dos ideais do existencialismo, que teve como um dos grandes expoentes o filósofo e escritor Jean Paul Sartre. O filósofo acreditava que o ser humano era exclusivamente responsável pelas suas decisões. E era essa ação de escolher dentre as opções finitas a causa da angústia inerente à existência.

Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway

Já aqui, a  influência do existencialismo do filósofo e escritor Jean Paul Sartre e os ideais da Geração Beat se funden.  Em seu discurso, o filósofo Jean Paul Sartre afirma: “o homem antes de mais nada, é um projeto que se vive subjetivamente”Ao conceber o homem como projeto, tornamo-nos responsáveis por aquilo que somos. Não somos aquilo que queremos ser, mas somos o projeto que estamos vivendo e este projeto é uma escolha, cuja responsabilidade é apenas do próprio homem. Em outras palavras, aqui o sujeito da canção se desprende de todas as amarras impostas pela sociedade, de todos os costumes, padrões ou obrigações e simplesmente vive a sorte do que a vida lhe proporcionar ( somos o projeto que estamos vivendo ).

Escute garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: "Será a estrada uma prisão?"
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver 

Nas duas primeiras frases desta estrofe, o sujeito da canção nos passa a ideia de que atende a algum tipo de chamado, algo que o leva a prosseguir. O vento canta uma canção e é daquelas musicas que não se canta sem razão, ou simplesmente por cantar, é algo que vem da alma de dentro, algo que vem de encontro aos anseios e desejos de quem ouve. Assim ele figura seu ideal.

A partir do verso ( Me diga, garota: "Será a estrada uma prisão?" ) e os demais que o seguem voltamos a filosofia do existencialismo. Sartre destaca que o homem, quando responsável e perante qualquer decisão, sente-se angustiado. Mas tal angústia não o impede de agir, pelo contrário, implica na ação.

 O sujeito da canção se questiona e debate com quem dialoga, pois julga-se estar em uma outra espécie de prisão ( a angustia ), mesmo livre de todas as amarras que antes o prendia.  Se pensarmos bem, sempre estaremos presos as nossas escolhas e suas consequências por mais revolucionarias e liberais que possam ser, por mais que não queiramos acreditar. Como é o caso da garota com quem o sujeito dialoga, ele acredita que sim, que mesmo livre continua preso e ela fingi que não, ou simplesmente se engana não querendo acreditar. Mais querendo ou não, sempre estaremos presos por essa busca interminável da quilo que ansiamos, mas ainda sim continuamos a buscar.

E nos dois últimos versos temos mais da filosofia de Satre: O existencialismo transcende a idéia do subjetivismo individualista. O homem, no ato de fazer uma escolha, não escolhe somente a si mesmo, mas escolhe toda humanidade. O sujeito anseia por vida e liberdade, não só para si, como também para os outros, e julga ser em vão essa liberdade se todos não forem livres.

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entre linhas do horizonte
Desta highway
Silenciosa highway

Como já dizia Satre: Não somos aquilo que queremos ser, mas somos o projeto que estamos vivendo. Mais uma vez, o sujeito da canção reafirma sua posição e convicção. Não se sabe o que quer, ou onde se pode chegar, não há regras, planos, é o desejo de seguir e o prazer da viagem, não o destino, onde o estar vivo já é o suficiente.  Ele é o que vive hoje, amanha não se sabe.

"Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos"
"Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado"
Mas "A dúvida é o preço da pureza"
E é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo "Não corra"
"Não morra", "Não fume"
"Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes"

Em toda canção este é o momento em que o sujeito se depara com a realidade de sua escolha. A estrada é infinita como diz a própria canção “infinita highway” e ao olhar para esse horizonte infinito é fácil se estremecer e duvidar, o horizonte é tremulo devido a angustia e incerteza do seu final. E as lagrimas (olhos úmidos), logo vem aos olhos, pois a busca é incessante ao ponto de se cogitar estar no caminho errado.

A partir da frase "A dúvida é o preço da pureza" em diante, ele faz  alusão a um conto de Jean-Paul Sartre, contido no livro O Muro. Essa história se chama A Infância de um Chefe. Conta a trajetória de Lucien, um sujeito que desde criança sempre desconfiou das verdades absolutas. Ele sabia que nesse mundo ninguém é de fato aquilo que é. Viver é duvidar e se questionar, a pureza esta justamente em não acreditar em verdades absolutas, que muitas das vezes nos levam a fanatismos, intolerâncias e preconceitos e etc...

Ás placas aqui expressam, em modo verbal imperativo, as regras impostas pela sociedade. Elas são facas de dois gumes, cortam para ambos os lados, ao mesmo tempo em que nos orientam e nos salvam de eventuais perigos, também nos impõe limites.

Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute garota, façamos um trato
"Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato"
Eu posso ser um Beatles
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso garota façamos um pacto
De não usar a highway pra causar impacto

Nesta estrofe, percebemos um dialogo onde o sujeito nos apresenta sua condição, ele nos deixa claro sobre o quão confusa é sua vida, nos dando a idéia de ser alguém que não se encaixa nos padrões, alguém que deixou de seguir as regras e age instintivamente (Por isso não me acuse de ser irracional), que por vezes pode sair da realidade em suas convicções ("Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato") bem típico dos sonhadores.  

Ainda nesta estrofe ele cita Beatle e beatnik, nos apresentando seus ídolos e ideais. Os Beatles se transformaram em ícones de uma geração e da forma de pensar de uma época. E o beatnik, como falei logo no inicio desse post, foi um movimento denominado de "Geração Beat",  introduzido pelo escritor norte-americano Jack Keroua em 1948 em  seu círculo social para caracterizar o submundo da juventude anti-conformista, reunida em Nova Iorque naquele tempo.

E nas ultimas quatro linhas, ele deixa claro que seus ideais, não são apenas um desejo passageiro, modismo ou uma vã filosofia, mas sim um estilo de vida.

Cento e dez
Cento e vinte
Cento e sessenta
Só pra ver até quando
O motor aguenta
Na boca, em vez de um beijo
Um chiclet de menta
E a sombra de um sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway

E nesta ultima estrofe, ele nos deixa a idéia de que segue em frente, sem olhar para trás, seguindo seus instintos.

GOSTOU? 
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É isso galera, espero que gostem, desculpe a demora e até a próxima, fiquem com o video abaixo.



Fonte de pesquisa (.Digestivo CulturalCDCC USP e Wikipédia )

21 Comentários:

Vera Lúcia rebobinou e disse...

Olá Marcos,

Que prazer revê-lo! Sumiu demais, viu?
Confesso que fiquei impressionada com sua análise. Muito bem colocada e muito rica. A letra é mesmo bem filosófica, mas requer percepção e talento, além de cultura, para fazer essa brilhante análise.
Parabéns!

Abraço.

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Obg Vera, um pouco de dedicação, interesse por musica, filosofias e muita pesquisa ajuda bastante. Grande abraço, volte sempre.

Unknown rebobinou e disse...

Pois é amigo sua presença nos faz feliz.
Apesar de não ser muito chegado ao grupo, pois passou por cima de min na estrada da vida, lendo suas informações sobre essa letra fiquei sabendo muito mais sobre as nuances da canção. Os Engenheiros do Hawaii não fazia parte dos meus fãs em época passada. Risadas.
Valeu pela presença lá no blog.
Abraço

Felisberto T. Nagata rebobinou e disse...

Olá,Marcos
... inúmeras reflexões filosóficas e uma gama enorme de interpretações diferenciadas e toda a genialidade de Humberto Gessinger em "Infinita highway" ..., mas, gosto da análise de que Infinita highway revela-se como a estrada da própria existência, caso estejamos dispostos a vivê-la com intensidade, a terminalidade de experiências que ela pode nos proporcionar.
Obrigado pela visita,belos dias, abraços!

Sérgio Santos rebobinou e disse...

Mt bom seu post, Marcos. E eu amo essa música. Bateu nostalgia. abçssss

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Oi Luiz Cidreira , gostie do trocadilho hehe realmente essa canção é muito rica, mesmo quem não curte muito não pode negar sua relevancia.

Grande abraço

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Felisberto Junior, realmente Humberto Gessinger é um gênio, mas acredito que a qualidade e profundidade destas canções esta ligada mais ao engajamento, estilo de vida e consciência politica que se vivia na quela época do a genialidade propriamente dita, claro que não tiramos o mérito da genialidade dos cantores da época.

Abraços amigo

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Vlw Sergio Santos, que bom que gostou, realmente agente viaja no tempo com essas canções

Grande abraço

Adriana Helena rebobinou e disse...

Como vai Marcos? Quanto tempo não é amigo?
O seu cantinho continua um espetáculo de cultura e cores!

Aliás, estou impressionada com esta análise tão completa e oportuna da canção!
Nunca refleti a esse ponto quando ouvia a música, mas sempre achava a letra muito tocante!
Mas não sabia da metade, que tinha tanta filosofia e um significado tão grandioso.

Seus conhecimentos são muito grandes dos assuntos que geraram o tema debatido!
Fiquei impressionada, parabéns!!
Um grande e caloroso abraço amigo!
Tenha uma semana maravilhosa! :)))))))

Unknown rebobinou e disse...

Bom dia Marcos.
Meu amigo esta música Infinita Highway foi o marco da carreira dos Engenheiros do Hawaii.
Infelizmente hoje já não temos musicas com uma melodia qual fique impetrada em nossa mente, eu gosto muito desta musica, a letra é perfeita em todos seus detalhes. E fico mais feliz vendo que o amigo nos presenteou com uma das melhores bandas qual já teve neste país, embora hoje eles terem ido cada um para seu lado a música a gente não esquece ficou registrada com uma das melhores musica e letra de um tempo qual não esquecemos jamais.
Agradeço por ter partilhado.
Desejando uma formidável quarta feira
Abraços sempre.
ClaraSol

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Oi Adriana Helena. Obg pelas palavras, meus conhecimentos não chegam a ser tão grandes assim, mas posso dizer que meu interesse pelo assunto é. Ai agente pesquisa um pouco, põe os neurônios pra funcionar e chagamos a um resultado no minimo satisfatório.

Grande abraço volte sempre

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Oi Clara Sol. Verdade, essa canção foi um divisor de águas na carreira dos Engenheiros é um dos clássicos da época. Amo de mais as canções da década de 80, tão profundas, ricas, influentes, politizadas e principalmente atemporais, canções que tem muito a nos ensinar.

Obg por prestigiar o Rebobinando volte sempre

walmir rebobinou e disse...

muito bom o seu site Marcos monetize seu site com o Spider Ad e ganhe mais com ele link do site http://spider.ad/site/sign_partners/affiliate/16564

Uma Interessante Vida rebobinou e disse...

Escolheu uma boa música para analisar... estava com sds de suas análises. bjs

Unknown rebobinou e disse...

Sensacional!

Ana Paula rebobinou e disse...

Gostei muito da análise! Conheci seu blog a poucos dias, agora estou sempre de olho. ;)

Unknown rebobinou e disse...

"Muito demais!"

Unknown rebobinou e disse...

Perfeito! Parabéns!

Unknown rebobinou e disse...

Pow,amigo. Parabéns pela a análise. Muito bom ter pessoas que facilitam o entendimento de letras "complexas", mas que entre linhas nos revelam coisas que estão diante dos nossos olhos.

Unknown rebobinou e disse...

Demais!!!

Unknown rebobinou e disse...

Ainda Hoje curto muito esses Caras.

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